É tempo de agir!
O GRACE organizou, no dia 30 de novembro, a Conferência “Agir para a Neutralidade Carbónica: Como podem as empresas contribuir para o esforço nacional”, em formato digital, a partir dos estúdios do Associado Mainvision, que contou com a participação de 90 empresas.
A Conferência iniciou com a intervenção da Presidente do GRACE em representação da VdA, Margarida Couto, que começou por introduzir o tema realçando que a Neutralidade Carbónica entrou definitivamente nas agendas das empresas e que são já várias as evidências que atestam a necessidade de as empresas acelerarem processos rumo à neutralidade. Também a nível de compliance, as empresas terão de alterar os seus mecanismos de mercado e as suas cadeias de valor sob pena de perderem acesso aos mercados financeiros.
Margarida Couto destacou assim que esta é também uma oportunidade para inovar e estabelecer parcerias, uma vez que as empresas têm de se associar e agregar rede para mais rapidamente atingirem os objetivos.
De seguida, Gonçalo Cavalheiro, do Associado CAOS, moderou a mesa redonda “Caminhos para a Neutralidade Carbónica | O que está a acontecer: práticas nacionais”.
Na sua intervenção inicial, acentuou que é exigido às empresas fazerem parte do esforço global de limitar o aquecimento global a 1,5ºC até ao final do século, realçando que, para tal, será necessário encontrar mecanismos que permitam compensar as emissões inevitáveis, alcançando assim a tão desejada e necessária neutralidade carbónica.
A mesa redonda contou com as participações de quatro empresas Associadas, nomeadamente Rita Piçarra, da Microsoft, Pedro Miranda, da Leaseplan, Sofia Santos, da Systemic e Luís Rochartre, da Greenlab. Os intervenientes apresentaram casos práticos das suas empresas e, nas suas intervenções, concordaram que a regulação dos mercados é importante e que é urgente combater a dupla compensação.
Após a mesa redonda tomou a palavra Pedro Barata, da Get2C, que abordou “O mercado de Carbono voluntário”, esclarecendo o que está disponível e o que se está a preparar. Na sua intervenção evidenciou que existem obrigações que as empresas autoimpõem, nomeadamente a medição das suas atividades / compensação das viagens dos seus colaboradores, sendo que feita essa medição, as empresas procuram a oferta dos mercados de carbono: reflorestação, recuperação do solo ou recuperação de metano, por exemplo. Realçou, no entanto, que existem problemas no mercado de carbono, nomeadamente a falta de regulação uniforme, que tem sido objeto de várias críticas.
Seguidamente, Nuno Lacasta, da Agência Portuguesa do Ambiente começou por referir que, tendo em conta os acordos previstos na recente COP26, em Glasgow, as emissões globais deviam reduzir em 24% até ao fim da década, mas neste momento estão a crescer.
Para atingir a neutralidade carbónica é necessário, não só olhar para os mercados regulados, mas também para os mercados voluntários que podem ser importantes para o esforço conjunto.
Neste sentido, foi referido que o Governo português e o Governo espanhol irão cooperar em conjunto na criação de um mercado de carbono voluntário e que, no início do ano, irão iniciar-se os trabalhos do mercado voluntário de carbono nacional.
Após esta intervenção, Afonso Borga, da Equipa Técnica do GRACE, apresentou as iniciativas que o GRACE está a desenvolver para apoiar os Associados neste tema, nomeadamente formações incluídas no Catálogo de Capacitação para 2022, que pode consultar aqui.
Por fim, Miguel Galinha, da Get2C apresentou os dados das emissões do evento em formato digital, que contabilizou um total de emissões da conferência de 218 kgCO2, com a maioria dessas emissões a ter origem na internet. Este valor representa uma diferença de menos 600kg de CO2 por comparação a se o evento tivesse ocorrido em formato presencial, concluindo-se assim que a transição para eventos 100% digitais tem um impacto considerável na pegada carbónica.
Um agradecimento especial aos Associados CAOS, Get2C, Grafe, Grupo Pestana e Mainvision por todo o apoio na realização deste evento.