It’s all in the brain! – uma conversa com Misha Byrne
O GRACE – Empresas Responsáveis organizou, esta quinta-feira, uma GRACE Talk, exclusiva para Associados, com o inspirador Misha Byrne, speaker da SingularityU Portugal.
Antes de passar a palavra ao keynote speaker, Mariana Ribeiro Ferreira, Vice-Presidente do GRACE em representação da CUF, deu as boas-vindas e agradeceu aos Associados que integram o Cluster Saúde terem tornado possível este momento dedicado a um tema que interessa a todas as empresas, mencionando o toolkit dedicado à saúde mental dos colaboradores que se encontra em elaboração.
“A situação de pandemia que vivemos há mais de um ano veio provocar uma mudança paradoxal: tudo à nossa volta mudou”, contextualizou Misha Byrne. Tivemos de nos adaptar a novas formas de trabalhar, mas também de viver e conviver. O problema é que o cérebro tem uma forte resistência à mudança. Também a mudança para o mundo virtual afetou os nossos comportamentos, já que está comprovado que o tempo que passamos à frente de um monitor influencia o nosso cérebro e nem sempre de maneira positiva.
Segundo Misha Byrne, o facto de não estarmos com pessoas e passarmos grande parte do dia a olhar para ecrãs deu origem a um “online empathy gap”, ou seja, todas as relações virtuais que agora mantemos, sejam elas profissionais ou pessoais, afetaram a nossa capacidade de sentir empatia pelo outro. O neurocientista salientou que a parte do cérebro que usamos para nos compreender a nós próprios é a mesma que usamos para nos relacionar com os outros, logo não foi apenas a relação com os outros que foi afetada, a connosco mesmos também.
Um outro fator relevante é o facto de o ser humano não estar desenhado para agir sozinho. O comportamento humano muda quando somos colocados em grupo, isso não acontece no mundo virtual. O cérebro tem necessidades sociais e liberta substâncias como serotonina, dopamina, endorfina e oxitocina, consoante as experiências que vivemos diariamente que são responsáveis pela estabilidade e sentido de lógica, criatividade, paixão, empatia, etc.
E qual o papel dos líderes neste novo ambiente?
Os gestores de equipas devem procurar entender as necessidades do cérebro e só assim poderão ser responsivos. Para Misha Byrne, o fundamental não é voltar a juntar as equipas, é preciso saber comunicar com cada colaborador e encorajá-lo a falar sobre o que sente, de forma aberta e transparente, já que “disfarçar o que sentimos mata o cérebro”.
No final da sessão, a Presidente do GRACE, Margarida Couto, agradeceu a presença e participação do neurocientista, numa sessão verdadeiramente inspiradora e esclarecedora.