“A Europa e os desafios da neutralidade climática”
A Comissão Europeia propôs recentemente uma redução de 90% das emissões de gases com efeito de estufa até 2040, em comparação com 1990. Para Bruxelas este é um passo considerado fundamental para se atingir o objetivo, definido para 2050, de a Europa poder vir a ser o primeiro continente com impacto neutro no clima. No entanto, a pouco mais de 25 anos de distância muito está (ainda) por fazer
A correr contra o tempo, a Comissão Europeia tem vindo a adotar um conjunto de propostas para adequar as políticas europeias nos domínios do clima, da energia, dos transportes e da fiscalidade de modo a reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55 % até 2030, face aos níveis registados em 1990.
Por outro lado, no quadro do Pacto Ecológico Europeu, a União Europeia (UE) elevou recentemente o nível das metas europeias relativas à utilização de energias renováveis e à melhoria da eficiência energética, esperando assumir desta forma a liderança mundial na transição para as energias limpas.
Até 2030, as fontes de energia renováveis terão de representar, no mínimo, 42,5 % da matriz energética da UE, com a meta fixada em cerca de 45 %. A UE comprometeu-se igualmente a melhorar a eficiência energética em 11,7 % durante a década em curso.
De acordo com dados divulgados pela Comissão Europeia, as importações de combustíveis fósseis representaram mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia em 2022. Este valor foi fortemente influenciado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia e pelo aumento da dependência da UE de um maior número de fornecimentos provenientes de países terceiros. Por outro lado, Bruxelas estima que, nos últimos cinco anos, os prejuízos económicos provocados pelos efeitos das alterações climáticas possam ter ascendido a 170 mil milhões de euros.
Leia aqui o artigo completo de Nuno Gama Pinto, Docente no ISCTE Executive Education e Membro do Conselho Consultivo GRACE