“O novo reporte ESG – agora sim, o paradigma vai mudar!”
No mais recente artigo no Link to Leaders, Margarida Couto, Presidente do GRACE – Empresas Responsáveis, em representação da VdA, escreve sobre a aprovação da versão final dos European Sustainability Reporting Standards pela Comissão Europeia.
“Pode parecer só mais um novo acrónimo da densa “sopa de letras” que resulta do European Green Deal, mas é bem mais do que isso e é bom que nos preparemos para as múltiplas decorrências da aprovação dos ESRS – a partir de 2024, e ainda que de forma faseada, as demonstrações de sustentabilidade passarão a ter a mesma relevância que as demonstrações financeiras. E não, não é só para as empresas cotada e para as grandes instituições financeiras! Em 2025, este novo “reporte ESG” passa a abranger também todas as grandes empresas, leia-se, todas aquelas que não sejam PMEs.
São assim mais de 50.000 empresas na UE – estima-se que quase 900 das quais em Portugal – que terão de divulgar matérias tão vastas quanto: (i) as suas política e objetivos de sustentabilidade, com descrição do progresso registado em cada ano; (ii) que órgãos/departamentos internos são responsáveis pelas matérias de sustentabilidade e que grau de expertise detêm; (iii) que incentivos ao desempenho de sustentabilidade existem, nomeadamente em termos de remuneração variável da gestão de topo; (iv) em que medida a trajetória da empresa é compatível com a transição para uma economia sustentável, incluindo no que se refere ao aumento máximo da temperatura em 1,5ºC; (v) quais são os principais riscos de sustentabilidade que a empresa enfrenta, tanto nas suas operações quanto na sua cadeia de valor; (vi) que processos de due diligence estão implementados para identificar os principais impactos adversos da atividade da empresa, com indicação das ações adotadas para os prevenir, mitigar ou remediar. E por aí fora, porque é mesmo muito extensa a informação a divulgar.”