Opinião: A importância de ter lideranças comprometidas na Diversidade, Equidade e Inclusão
A implementação de uma estratégia de DEI não é apenas uma “moda” ou uma “inovação” – tem como objetivo contribuir para o sucesso financeiro e humano da organização.
Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) – um dos temas do momento do qual muito se fala, mas que se reveste de muitas camadas porque, como em muitos outros temas quando falamos de pessoas, não há um “certo” e um “errado”.
Porque devem então as organizações considerar a DEI na sua estratégia? Por onde começar? Estarão as lideranças verdadeiramente focadas em priorizar o tema? E reconhecem o seu verdadeiro valor?
Foi para abordar estas temáticas que, nos dias 22 e 23 de fevereiro, teve lugar nas instalações do Oney Bank o Workshop “Diversidade, Equidade e Inclusão” dinamizado pela Diversity and Inclusion Journey, em parceria com o GRACE – Empresas Responsáveis. Durante estes dias, 28 participantes de 20 organizações, reuniram-se em torno do mesmo objetivo – perceber como poderiam implementar uma estratégia de DEI nas suas organizações.
Com vários setores e tipologias de organizações representadas, ficou patente que uma das maiores dificuldades é passar da implementação de algumas atividades ad-hoc, que visam responder a desafios concretos, para a implementação de uma estratégia completa e holística de DEI. Este é um movimento impossível de realizar sem o comprometimento e envolvimento dos vários níveis de liderança – não basta que a diretriz seja top-down, todos têm de perceber a mais-valia e a urgência deste movimento. É urgente o compromisso de todos os níveis hierárquicos e de todas as áreas, mas, em muitos casos, as lideranças não veem ainda o tema como prioritário.
Um dos temas abordados durante o Workshop foi exatamente o business case de DEI que pode ser uma ajuda fundamental para mudar o mindset de lideranças mais relutantes: diversos estudos comprovam a relação entre a implementação de uma estratégia de DEI eficaz e uma performance financeira da empresa acima da média, maior produtividade, maior inovação e bem-estar, maior rapidez nas decisões e maior capacidade de atração de talento – interno e externo. Resumindo: para uma organização ser próspera, a existência de equipas diversas, geridas com igualdade, equidade e verdadeiramente integradas são uma condição primordial. A implementação de uma estratégia de DEI não é apenas uma “moda” ou uma “inovação” – é contribuir para o sucesso financeiro e humano da organização.
Com as lideranças comprometidas é tempo de delinear a estratégia de DEI, respondendo a algumas perguntas:
1. Qual o status atual de diversidade, equidade e inclusão na organização?
2. Quais as prioridades da empresa e quais as áreas de DEI que faz mais sentido priorizar?
3. Definir benchmark de organizações que estão mais à frente na jornada.
4. Quais são os nossos objetivos, KPIs e métricas?
5. Quem são os principais stakeholders internos? Como fazer o buy-in?
6. Que dados quero recolher, como e com que periodicidade? Quem são os responsáveis internos de cada objetivo e KPI?
Ao longo de todo o processo a comunicação clara e transparente é elementar para manter todos alinhados e comprometidos com a estratégia.
Não havendo uma receita mágica nem infalível para implementar uma estratégia de DEI de sucesso, a cooperação e o trabalho conjunto entre organizações é fundamental para guiar uns e outros no caminho para o sucesso e juntos chegarmos mais longe.
Autor: Diana Gameiro Lopes, Marketing & Comunicação do GRACE
Artigo originalmente publicado em rhmagazine.pt