Portugal sobe três posições no índice de desempenho climático — impacto para as empresas
Portugal registou uma evolução significativa no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI), subindo três posições e alcançando agora o 12.º lugar. Este resultado, divulgado pela organização ambiental ZERO, representa na prática um 9.º lugar, já que os três primeiros postos não são atribuídos por nenhum país cumprir plenamente os objetivos do Acordo de Paris. A subida reflete progressos consistentes nas políticas climáticas nacionais, nomeadamente na redução de emissões, no aumento da produção de energia renovável e no reforço da eficiência energética.
Este avanço no ranking internacional não é apenas um reconhecimento simbólico: ele tem implicações diretas para o contexto económico e empresarial em Portugal. Para começar, o melhor desempenho climático do país tende a atrair mais investimento sustentável. Investidores e fundos ESG olham com particular atenção para países com políticas ambientais robustas, e isso pode abrir novas oportunidades para empresas portuguesas que estejam a desenvolver projetos verdes ou a integrar estratégias de descarbonização.
Ao mesmo tempo, uma classificação mais elevada aumenta a expectativa de continuidade — e até de intensificação — das políticas públicas de combate às alterações climáticas. É provável que venham a surgir novas exigências regulatórias, desde metas de emissões mais ambiciosas à necessidade de reportes de sustentabilidade mais rigorosos. Para as empresas, isto significa que antecipar exigências e integrar a transição climática nos seus planos estratégicos deixará de ser um diferencial para se tornar uma condição essencial de competitividade.
A subida no CCPI também reforça a imagem de Portugal como país comprometido com a sustentabilidade, algo que as empresas podem aproveitar para fortalecer a sua própria reputação, sobretudo no mercado internacional. Organizações com políticas ambientais claras — como redução de emissões, eficiência energética ou estratégias circulares — poderão destacar-se mais facilmente e ganhar vantagem junto de clientes e parceiros que valorizam práticas responsáveis.
No entanto, esta evolução traz igualmente desafios. A transição exige investimento e pode aumentar custos a curto prazo, sobretudo para empresas com processos intensivos em energia ou dependentes de combustíveis fósseis. Além disso, o setor financeiro está cada vez mais atento ao risco climático: bancos e investidores já consideram a resiliência climática das empresas nas suas avaliações de risco, o que significa que organizações que não acompanhem a transição poderão enfrentar condições de financiamento menos favoráveis.
Para capitalizar este momento, as empresas portuguesas precisam de integrar a sustentabilidade no centro das suas decisões estratégicas. Isso implica reforçar o reporte ESG, investir em tecnologias limpas, melhorar a eficiência energética e envolver-se no diálogo com o governo para garantir políticas climáticas ambiciosas, mas previsíveis. Ao fazê-lo, não só se adaptam às exigências da transição verde, como também se posicionam como protagonistas num país que está a ganhar destaque global pelo seu desempenho climático.
